por Danichi Hausen Mizoguchi[1]
Em uma cidade cabe muito: sonhos, utopias, destruição. Fuligem, fumaça, pedal. O breu, o cinza, a flor. Colos, coletivos, cóleras e coleiras. Ordem, progresso, amor. A noite, o dia, uma outra noite. Um beijo, um furto, muitos sustos. Sexo, sexos, sexualidades. Gêneros, genéricos, genocidas. Gays e lésbicas, simpatizante e homofóbicos. Dança, passos, passeios. Polícia e pirueta, balas e baleiros. Muros, grades e sumidouros. Bloco de carnaval, bloco de concreto, bloqueios de desejo. Planos, trapos. História, estórias, narrativas. Pontes, portas, navais e carcerários. Linhas, fluxos, fugas. Fronteiras e limiares. Tudo isso e muito mais. Mas – ainda que na cidade tanto caiba – resta a pergunta: o que pode a cidade?
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De saída, faz-se necessário impingir direção ao problema – direção afirmativa de questão que se faz sob o disfarce de tantas negativas. Em primeiro lugar, a decisão de não efetivar o modo ontológico de…
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