“Se Gaia também é um mundo vivo e plural, (…) não se trata porém de um mundo harmonioso e equilibrado, e muito menos dependente, para sua persistência, da exclusão da humanidade, como se esta fosse um invasor extraterrestre chegado para estragar um idílio pastoril. (…) Gaia é antes de mais nada feita de história, ela é história materializada, uma sequência contingente e tumultuária de eventos… Na concepção de Bruno Latour, é menos a história humana que vem se fundir inesperadamente com a geohistória, mas sim a Terra-Gaia que se torna historicizada, narrativizada como história humana – compartilhando com esta, aliás, e a ressalva é essencial, a ausência de qualquer intervenção de uma Providência. Resta saber quem é o demos de Gaia, o povo que se sente reunido e convocado por esta entidade, e quem é seu inimigo.”
EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO & DÉBORAH DANOWSKI, Há Mundo…
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