Segundo uma certa mentalidade que tem se espalhado entre certas militâncias ou pretensas militâncias de gênero ou de etnia, a solidariedade e o diálogo são impossíveis. A solidariedade com uma bandeira que não lhe diz respeito diretamente seria um “roubo de protagonismo”. A discordância, mesmo que apenas parcial, seria um “silenciamento”. O direito de discursar sobre certos assuntos seria exclusiva dos indivíduos que tem uma “vivência”, a partir de um “lugar de fala” do “oprimido”, e a argumentação racional não passaria de um “academicismo”.
A primeira crítica que pode ser feita a essa mentalidade é que ela é contraproducente. Ou seja, ela pode até mesmo trabalhar inconscientemente contra a própria causa que estaria defendendo. Pois essa fraseologia interdita o debate aberto e afasta aliados, tornando antipáticas para amplos públicos a militância por causas que, no final das contas, são justas e importantes, e merecem apoio. Pior ainda, essa recusa em…
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