Da polinização em filosofia.
Peter Pál Pelbart.*
“A escritura não tem outro objetivo: o vento…”
G. Deleuze
Seria preciso rastrear o empreendimento de Deleuze à luz dessa sua saborosa provocação: “O desejo ignora a troca, ele só conhece o roubo e o dom.”[1] Que o filósofo tenha saqueado a história da filosofia, que ele a tenha pilhado alegremente – tudo isso, passado o desconcerto acadêmico, nos parece hoje menos blasfemo do que risível. Deleuze vampiro – quem não é tentado a gargalhar com tal imagem? Não podemos negar, ele sugou o sangue de muitos pensadores. Em contrapartida, como avaliar seu “dom” filosófico? Como rastrear a marca deixada na sua geração e na nossa sem refazer o inventário de seus vampirismos? Eis então minha pequena aposta: para além dos procedimentos de colagem ou de virtualização detectados em sua obra, não seria possível apreender sua…
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